domingo, 21 de agosto de 2011

Fim de um fim de semana...


São oito horas da noite desse domingo que começou cedo para mim. Cinco da manhã meu celular disparou a tocar. Não tinha nem como eu ficar com raiva dele, já que fui eu mesmo quem o programou para me despertar do feliz e breve sono. Escalado para trabalhar no domingo e às sete da manhã? Mau gosto, mau gosto! Mas tudo tem sua compensação e nesse caso a compensação começou com minha mãe se certificando de que eu não perderia a hora e se oferecendo para passar minha roupa. Banho (gelado) pus a calça e camiseta, comi (duas bolachas é o mesmo que comer?) e fui. Outra compensação positiva foi andar de metrô no domingo. Nem precisei amaldiçoar toda a humanidade... O metrô estava livre, lugares vagos... Poderia até escolher onde sentar! Estações e trilhos a fora, segui meu caminho. Preciso também dizer que o centro do Recife sem os recifenses é uma delícia... Definitivamente o que acaba com essa cidade são as milhares de pessoas que por ela passam todos os dias despejando o que há de pior pelas ruas e nos outros: lixo, gritos, empurrões, “furações” de fila... Mas no domingo os milhões estão dormindo ou na praia... Restam apenas uns dez, vinte, no máximo trinta pessoas nas ruas... E Recife fica linda (lindo, linda... Por aqui nunca saberemos o que dizer ao certo) e agradece com uma brisa marítima maravilhosa! Encontrar pessoas amadas no trabalho também é uma dádiva. Trabalhar com amigos nem chega a ser trabalho, é prazer remunerado. Depois da labuta uma visita breve na livraria Cultura para escolher meu presente que compraria para mim mesmo. Presente comprado, passeio a pé até a parada de ônibus (devidamente acompanhado por uma amiga da empresa– não te disse, que amigos no trabalho são pura alegria?).Ônibus vazio, metrô vazio, ônibus vazio. Cheguei em casa. Cafezinho, pois a fome gritava, banho ao som dos meus novos discos (sim, no plural, essa compulsão de sempre comprar de dois discos para cima cada vez que vou a uma loja do gênero é algo sem cura). Resolvi também me barbear para começar a semana (que na verdade já começou para mim hoje) de cara limpa... Já ao som das últimas faixas do Frank (Amy Winehouse) e dando as últimas “espumadas” e “laminadas” na barba me dei conta de como estava sendo prazeroso esse domingo, mesmo cheio de compromissos desde cedo. Mesmo estando cansado. Mesmo não tendo feito nada da faculdade. Mesmo sabendo que a semana será cheínha de cobranças pesadas e de metas metas metas metas metas metas meeeetaaaaaaaaaaasssss! Esse momento de perceber o prazer do presente fez toda a diferença! São raros esses “insights” felizes... Mas quando vêm eu sinto a necessidade de correr (como corri), abrir uma garrafa de vinho (como abri) e escrever (como estou escrevendo agora).

As alegrias por serem tão mais raras devem ser sempre comemoradas, celebradas! Um brinde!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Mosaico... Tudo num só! Num só há tudo!


Eu sou da arte. Ela é quem me põe pra andar. Corro atrás dos últimos discos, livros, dos primeiros também. Se a canção citou “cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores”, lá vou eu atrás saber quem são estes benditos. E descubro, me redescubro, descubro um mundo por essas cores tão fortes antes desconhecidas. E quando a letra da Toller diz “um amor Grande Hotel” e o resto do mundo passa adiante para o próximo verso, eu fico com a interrogação até descobrir o belíssimo, enigmático, perfeito, inquietante filme que foi pano de fundo desse amor, Morte em Veneza. Lá está o Grande Hotel e a música ganha outros sentidos.

Se o Catedral faz um disco com letras baseadas em textos do Rubem Alves lá vou eu sedento dessa água. E reconheço meu velhinho predileto e tudo em mim muda de lugar, se desorganiza para se organizar depois. E quando o próprio Rubem (sou íntimo, já o abracei umas cinco vezes!) me traz visões de 2001 Uma Odisseia no Espaço? Ué, o que é isto? Vamos lá então... E descubro Kubrick, com seu Laranja Mecânica. Minha cabeça cai, meus braços ficam sem forças e as pernas caminham por onde não há caminho. Mas daí Bethânia me traz Lispector, e o caos dela junto ao que se havia feito antes em mim acabam me pondo nos trilhos novamente.

Sou assim. Na verdade somos todos assim. Uma colagem de livros, vídeos e discos.

Uma hora sendo traduzidos, outra hora sendo compostos.

Por falar nisso, uma música que retrata bem uma determinada área de minha vida (de tantas coisas que estão acontecendo) seria a música de número 10 do belíssimo disco da Vanessa da Mata “Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias”, a engraçada, porém objetiva, “Moro Longe”. Segue abaixo para apreciação e quem sabe ela te traduza também.


Moro Longe
Vanessa da Mata

Você me chama como quem diz: Logo Ali
Saindo agora eu chego só três horas lá
Três conduções, olhar um sorvete e não tomar
Levar um lanche e só chegar na madrugada
Desbravamente, expedição, confusão
Só um beijinho, sinto muito não vai ser bom
Um copo d'água, um cafuné pra começar
Há alguma hora, se Deus quiser, eu vou chegar

Quero pão novo, pouca conversa, uma casa aberta
Um ótimo vinho
Flores do campo, banho quentinho
Uma sobremesa, um atrevimento
Dedicação, muito carinho
Derretimentos pra compensar, pra compensar
Porque eu moro longe no fim do mundo
Se eu for ai, faça valer à pena
Porque moro longe, lá onde ninguém vai
Se eu for ai, faça valer à pena, faça valer à pena

Quero pão novo, pouca conversa, uma casa aberta
Um ótimo vinho
Flores do campo, banho quentinho
Uma sobremesa, um atrevimento
Dedicação, muito carinho
Derretimentos pra compensar, pra compensar
Porque moro longe no fim do mundo
Se eu for ai, faça valer à pena
Porque moro longe, onde ninguém vai
Se eu for ai, faça valer à pena, valer à pena, valer à pena, faça valer à pena...

PS. Recado dado! rsrs

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

De volta... ao blog e às aulas!


Olá!

Faz muito tempo, eu sei...

Mas sabe o que é? Não sou e nunca fui dado a compromissos, horários, agendas... A gente já vive tão delimitado que qualquer sinal de “eu tenho que” já me apavora.

Sei que parece bobagem, mas a partir do momento que eu determinei datas para escrever neste blog (que criei única e exclusivamente para dar vazão a meu gosto pela escrita e trocar ideias) houve uma trava de assuntos e uma exigência descomunal com o texto. Tudo o que escrevia eu mesmo reprovava... Loucura, bobagem... Eu sei, eu sei, eu sei!

Mas, conversei aqui comigo mesmo e acertamos que não há compromissos com o blog. Ele será meu brinquedo, como foi nos primeiros textos publicados.

E eu sou tão bobo, que eu mesmo caí nesta e cá estou.

Na verdade, quis muito despertar este blog exatamente hoje, porque estou iniciando nesta data meu curso de Letras. Um sonho, que foi tão guardado, esquecido, protelado por diversas pressões (naturais ou não) às quais dei ouvido (por covardia ou por necessidade).

Não foi sozinho que cheguei aqui e nem é sozinho que quero seguir. Então, meus amigos, obrigado pela torcida, mas ainda precisarei de vocês até o fim. Há uma longa jornada, que farei o possível para que seja feliz! Pelo menos tem sido até agora!